Amamentar é - aleitamento materno | por Chris Nicklas

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Dicas de amamentação /Dificuldade para amamentar

Desmame

Entendendo melhor o significado da palavra e evitando mal entendidos!

  • 02/10/2014
  • Chris Nicklas

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A palavra desmame define a diminuição do estímulo nervoso provocado na aréola do mamilo materno pela boca do bebê durante a ordenha da mama, podendo este ser gradativo ou abrupto.

O desmame pode ter uma infinita lista de possibilidades de duração, desde meses até anos. Ou seja, no sexto mês de vida do bebê a mãe inicia a introdução dos alimentos ( iniciando assim o desmame! ), complementando as mamadas com nutrientes que o leite materno não contém, podendo manter o aleitamento pelo tempo que for de seu desejo, variando de um, dois, três, quatro meses… até um, dois, três anos…! Mas sempre que houver a introdução de algo na dieta do bebê, que não o leite materno, iniciou-se o desmame, mesmo que ele dure anos para se totalizar. Toda mamada que é substituída por outro alimento ( ou até mesmo água!) significa diminuição de estímulo=desmame.

O uso da palavra desmame não necessariamente se refere ao corte abrupto da amamentação. Muito pelo contrário, ela se refere simplesmente ao início de um processo que pode ser curto ou muito longo dependendo da disponibilidade e do desejo materno, e estes são definidos por questões de cunho absolutamente pessoal.

Em função da curta Licença Maternidade que a nossa legislação oferece para as mães brasileiras é imprescindível que sejam colocadas a nossa disposição todas as opções de desmame possíveis. Algumas mães conseguem somar aos quatro meses de direito um mês de férias, acumulando cinco em casa com o filho, outras não têm esta sorte e são obrigadas a voltar ao trabalho. Em nenhuma dessas hipóteses o período de seis meses de Aleitamento Exclusivo é respeitado pelas leis e desta forma fica nas costas da mãe o peso de conseguir armazenar leite materno suficiente em casa e ainda manter o mesmo nível de produção que tinha durante a Licença, mesmo não tendo mais o bebê mamando em Livre Demanda como antes. É possível? Sim, já vi casos. Para isso é preciso que a mãe no ambiente de trabalho possa por várias vezes esvaziar suas mamas totalmente, armazenando o leite retirado em local apropriado para que ele possa ser com segurança oferecido no dia seguinte para o bebê em casa durante sua ausência, mantendo assim um nível de estímulo alto. Mas o que mais vejo é o desespero de mães que por causa da pressão do final da Licença entram em um tal estado de tensão que ele por si só provoca a diminuição da produção. O emocional é determinante para o sucesso da amamentação. Nestes casos é preciso que a mãe saiba que o leite adaptado e a mamadeira não são os únicos, nem os melhores, caminhos para o desmame e que amamentar por muito tempo ( até mesmo anos! ) é totalmente possível, mesmo depois do final da Licença Maternidade.

Evitar a palavra desmame, por receio, é um desserviço, afinal muitas mães quando saem da Maternidade com uma receita de complemento passada pelo pediatra não sabem que já o estão promovendo, alienadas do fato de que amamentar nada mais é do que estímulo nervoso e segregação de hormônios. Quanto mais rápido estas mães souberem que estão desmamando mais chances terão de reverter o quadro aumentando o número de mamadas no peito e diminuindo o volume do complemento, podendo voltar ao Aleitamento Exclusivo.

Existe o desmame com leite em pó adaptado e o desmame através das papinhas ( a partir dos 4º/5º meses de idade do bebê ), quando o bebê já tem condições de deglutir alimentos. A promoção do Aleitamento Exclusivo é muito importante, mas inútil para quem não consegue armazenar leite suficiente em casa. Adiar a introdução do leite adaptado pelo menos até um ano de vida completo do bebê evita enormemente as chances de que ele sofra de alergias e ainda aumenta as chances de qua a mãe não ofereça líquidos em mamadeiras, o que também é um bem para a sua saúde e desenvolvimento futuros.

Por essas e outras o Amamentar é… SEMPRE fará posts para ajudar mães que não se encaixam nos moldes de ideal e perfeição preconizados pelos órgãos responsáveis, pois estas são as que mais precisam de ajuda e orientação.