Quarta parte do depoimento de Daniela Dwyer: a culpa por não ter conseguido amamentar e a falta de apoio.
09/04/2014
Chris Nicklas
A depressão pós parto pode surgir por muitos motivos. Um deles comentamos aqui através do depoimento de Daniela Dwyer:
Tantas são as campanhas em prol do Aleitamento Materno, incentivando e orientando mães que recém tiveram seus bebês, não é mesmo? As metas são muito claras e impõem um ideal que a grande maioria nem chega perto de alcançar. O que resta às que não conseguem? Como se sentem? Vocês já pensaram nisso?
A realidade brasileira é que, em média, as mães amamentam seus nenéns por 54 dias, nada mais. Os motivos são os mais variados, falta de informação, falta de apoio do entorno, falta de apoio médico… Mas não é disso que quero falar agora. Quero chamar a atenção para o abandono no qual se encontram as mães que por um motivo ou outro, tentaram dar o peito e não conseguiram. Que tipo de acolhimento o sistema oferece a elas? As orientações são rasas e dão a impressão de que amamentar, fazer a tal da pega correta, dar o peito por seis meses integralmente… são metas extremamente simples e automáticas de se alcançar. E cá entre nós, isso está longe de ser uma realidade!
Esta é a quarta parte do depoimento de Daniela Dwyer. Ela teve sua filha prematuramente, na vigésima nona semana de gravidez, por causa de um quadro de pré eclamsia. As duas foram para a UTI e Dani, a partir do nascimento, passou a frequentar o lactário da Maternidade para retirar o seu leite para que ele fosse oferecido para a sua filha através de uma sonda. Os dias foram passando e sua produção de leite não aumentava. Foram semanas de angústia e um enorme sentimento de incompetência.