O desafio de, em meio a tantas mudanças, manter a relação afetiva em dia.
28/07/2013
Chris Nicklas
Algumas semanas depois do nascimento dos meus filhos fui ao consultório da minha obstetra ver como estava minha recuperação pós cirúrgica. Meu corpo estava ainda naquele estado, nem lá nem cá! Meio grávido e meio não grávido. Rsrsrs!
O turbilhão do Aleitamento Materno à mil. O que me fazia, de tanto cansaço, esquecer até qual era o meu próprio nome.
Em meio ao exame a Dra disse: – Sua vagina está parecendo um papel de tão seca…
Hã???
Ela tentava me explicar o quanto, em função do pós parto e da Amamentação, o meu corpo estava avesso à relações sexuais. Então minha ficha caiu.
Sexo?!?! Nossa! Me dei conta de que aquela palavra estava fora do meu dicionário já há algum tempo… Como se tivesse ido passear e perdido o endereço de casa.
Vivemos numa época em que o sexo serve como medidor do “estado de saúde” em que se encontra um casamento. Como ficamos então quando este elemento simplesmente não está mais entre nossos principais interesses?
Os hormônios se encarregam de deixar o corpo da mulher absolutamente refratário a qualquer investida masculina.
E o homem, que já vinha se sentindo excluído, se vê riscado da lista de convidados para a festa…
Já tentaram se colocar no lugar dele? Não é fácil.
Só consegui fazer isso dois anos depois do nascimento das crianças ( tive gêmeos!). O casamento estava em ruínas.
É claro que a nossa posição também não é das mais fáceis. Mas não se trata de uma competição. Se trata de uma fase que representa um desafio e tanto para o casal.
Minha experiência não foi das mais fáceis e olhando para trás desconfio que não conseguiria fazer muito diferente, mesmo agora que sei qual é o segundo capítulo dessa história.
Mas, o que possibilita que alguns casais transponham essa etapa cheia de obstáculos e outros não? Já ouvi muitas teorias: maturidade, sinceridade, sabedoria, honestidade, amor… Fato é que depois da vinda dos filhos um casamento atravessa um dos momentos mais complexos de sua jornada. Me arrisco a dizer que é um período de reconhecimento.
Quando um casamento termina logo após a chegada dos filhos me entristeço, fico com a sensação de que algo não foi dito ou percebido. Pelo menos não a tempo. Uma perda e tanto. Para todos.