Nutricionista: A alimentação do bebê no 4º, 5º e 6º mês
A Licença Maternidade, de apenas quatro meses, nos obriga a promover o início do desmame antes do bebê completar seis meses. Como fazer?
11/06/2014
Chris Nicklas
A alimentação do bebê, até os seis meses de vida, deveria ser somente o leite materno, mas nossas leis trabalhistas não permitem que fiquemos em casa por mais de quatro meses, que é quando termina o prazo da Licença Maternidade no Brasil para as funcionárias de empresas privadas.
Por isso somos muitas vezes obrigadas, em função do final da Licença Maternidade, a promover o início do desmame antes de completarmos o período de Aleitamento Exclusivo de seis meses preconizado pelo Ministério da Saúde. Conversei com a nutricionista Naila Soares sobre como é para o bebê se ele é apresentado a outros alimentos, que não o leite materno, no 4º, no 5º ou no 6º mês de vida. Já que temos que lidar com esta realidade que façamos então conscientes de quais são os riscos e as limitações que se apresentam. O melhor para a saúde da criança é que ela não entre em contato com nenhum outro tipo de leite que não o materno pelo menos até completar o primeiro ano de vida ( eu sei que é difícil, mas é preciso que as mães saibam que isso diminui imensamente as chances do surgimento de alergias de pele, respiratórias, como asma e bronquite, e digestivas! Quando o bebê começa a tomar o leite adaptado antes de completar um ano deve ter acompanhamento médico de qualidade para que se observe como seu corpo reage àquele leite estranho que tem como origem outro animal que não o humano).
Se for possível prolongar a Licença Maternidade por mais trinta dias, juntando as férias, ótimo, mais um tempo que se ganha de Aleitamento Exclusivo. A Licença Amamentação é uma outra forma de conseguir ainda mais um tempinho com o bebê em casa, no caso mais quinze dias, com a justificativa de se realizar a adaptação da criança à nova rotina alimentar.
O bebê ainda pode mamar no peito por muito tempo, mesmo com todos estes obstáculos! Não há com o que se preocupar! Enquanto o bebê mamar haverá leite sendo produzido, afinal a amamentação é um estímulo nervoso feito pela boca do bebê na mama da mãe. Para isso é importante que ela alivie as mamas no trabalho e se possível armazene em local seguro para depois este leite ser oferecido para o bebê em casa na sua ausência.
Algumas mães conseguem manter o bebê exclusivamente no leite materno, apesar da volta ao trabalho, até os seis meses de idade, retirando durante o dia leite suficiente para manter um estoque em casa. Uma dica é começar o armazenamento 15 dias antes do primeiro dia de ausência. A mãe verá que a mama ficará bastante cheia no início deste processo e quanto mais ela for esvaziada no horário de trabalho melhor, assim é viável manter o nível da produção.
As mães que tiverem dificuldade para tirar o leite e armazenar em quantidade suficiente podem procurar apoio e orientação nos Bancos de Leite ou se a dificuldade persistir optar pela antecipação do oferecimento das papinhas quando o bebê já tem 4 meses completos, antes disso ele não terá condições motoras para articular os movimentos de mastigação e deglutição necessários para essa função, correndo sérios riscos de engasgar e também correndo o risco de não conseguir ingerir a quantidade suficiente necessária para o seu desenvolvimento. O oferecimento de qualquer papinha antes dessa fase não é indicado, sendo o leite adaptado a única saída nestes casos. Importante: nunca oferecer leite comum ( de caixa, longa vida, os que nós adultos bebemos! ) para um bebê e nem mesmo nenhum tipo de derivado de leite de vaca, como queijos, iogurtes ou qualquer receita que contenha leite de vaca! O leite comum é extremamente pobre e nocivo à saúde do bebê.
Essas são algumas das questões que levantamos no bate papo:
-O aparelho digestivo de um bebê muda muito a cada mês que avança?
-Suas limitações motoras influenciam na escolha do alimento com o qual ele vai entrar em contato pela primeira vez?
Naila Soares – nutricionista materno infantil.
Graduada em Nutrição pela UFVJM e pós-graduada em pediatria pela Universidade Estácio de Sá.
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