O que devemos esperar do profissional que atende nossos filhos?
23/08/2013
Chris Nicklas
Quando meus filhos ainda eram bebês surgiu uma situação meio complicada, não me lembro se uma virose insistente, daquelas que custam para passar, ou algo mais complexo. Enfim, foram muitos dias de criança dodói pra cá e pra lá. Telefonar para a Dra Ana Heloisa nesses dias era uma constância. Mas sabe, eu sou educadinha, rsrsrs! Ficava muito constrangida. E em meio às minhas aflições de mãe de primeira viagem ( e ainda de dois de uma vez ) era comum eu acabar de falar com ela e me dar conta que uma nova dúvida havia surgido ou sido esquecida durante a conversa recém terminada. Ui que vergonha!
Já pensaram nisso? Como nos sentimos desconfortáveis e constrangidas quando estamos mergulhadas até o último fio de cabelo em um mar de ignorância?
Me sentia como uma criança, quando ligava para a doutora e recebia um elogio ou reconhecimento por alguma decisão acertada, tinha vontade de sair saltitando feliz da vida.
A maternidade e a paternidade têm muito de Narciso. Como se procurássemos no reflexo deste espelho uma imagem ideal de capacidade e competência. Só que o exercício destas duas funções invariavelmente nos faz enfrentar nossos fantasmas e demônios, demolindo tudo que está pela frente. Ligar para o médico, o detentor do conhecimento e, consequentemente, do “poder”, para expor nossa fragilidade não é tarefa fácil para muitos de nós.
Na ocasião, que descrevi no início deste texto, ouvi assim da Dra: – Ué!? Esse bebê não tem médico?! Por que não me ligaram?! Estou aqui pra isso?!
Parei, pensei e busquei o motivo pelo qual eu não havia ligado: não queria incomodar… Faz algum sentido?! Pois é! Não.
Tenho observado, nos meus diálogos com tantas mães aqui pelo “Amamentar é…”, que essa relação está difícil.
Me chama a atenção o quanto muitas de vocês saem do consultório médico cheias de dúvidas e inseguras em relação as orientações recebidas pelos profissionais que as atendem.
Tenho que confessar que em várias ocasiões também fico bastante aflita com o que ouço de vocês.
Comecei este texto contando para vocês como eu me sentia para mostrar que não desconheço a complexidade da relação médico-paciente.
Vejo que vocês têm dúvidas básicas, que deveriam ter sido sanadas pelo profissional que as atende. Levem a insatisfação que vocês sentem a sério! Quando vejo aqui depoimentos de mães que não querem desmamar antes do sexto mês, mas foram influenciadas pelo pediatra a fazê-lo, e se sentem extremamente infelizes e culpadas por isso, não me conformo.
No meu caso, que tive gêmeos, enquanto não achei um profissional que me ajudasse a amamentar meus filhos não sosseguei o facho.