Quando achamos que estamos fazendo o "bem" mas o resultado final é ruim.
07/11/2016
Chris Nicklas
Renata é mãe.
Como todas nós.
Um dia, em meio ao processo de desmame e adaptação da filha na creche, se deu conta de que nem sempre estava certa. De que nem sempre suas escolhas, que pareciam ser o melhor para a menina, assim se revelavam.
Um dia, refletindo sobre suas dificuldades, inseguranças e dúvidas, Renata postou em sua rede social o texto abaixo:
“Desde que eu engravidei esqueci praticamente tudo que já tinha estudado (e eu estudei um bocadinho), mas tenho aprendido tanto com a maternidade! Então, eu devo ter lido isso por aí em algum lugar mas agora, por experiência própria, venho pensando que a verdadeira função da maternidade não é exatamente a amamentação e todo o seu entorno simbólico mas, justamente, o desmame. A principal função materna seria, assim, fazer essa passagem do peito para o mundo, ampliando as possibilidades do nutrir-se, real e simbolicamente. A mãe deve ser a própria ponte, uma ponte suficientemente boa que promova uma passagem segura e serena pra vida que pulsa para além dela mesma. Uma ponte generosa que entrega seu bebê para a vida fazendo dele menos seu mas, certamente, mais feliz. O contrário é uma danada duma perversão que perpetua a dependência e limita a própria vida do filho amado. Esse desmame é, desta forma, um ato de pura generosidade de uma relação que já nasce quites, onde ninguém deve nada a ninguém, nem as noites mal dormidas! Rsrsrs!”
Nosso foco principal é esse, não? Cuidar, proteger, prover… Mas e quando o tiro sai pela culatra? E quando percebemos que o efeito de nossas escolhas, ou nosso comportamento, é negativo, e ao invés de ajudarmos a criança, atrapalhamos? Como a própria Renata diz: – “Acreditamos que estamos dando tudo, mas na verdade estamos tirando a possibilidade da crianças de ir em frente, de crescer, de descobrir… ”
Me vi nessa situação um sem número de vezes! Aliás, ainda hoje, com filhos adolescentes, ainda me vejo! Quando me dou conta… já fiz algo que no fundo era o mais fácil para mim, mas não o melhor para os meus filhos. Criar e educar sempre foi e continuará sendo, por muitos anos, meu maior desafio materno.
Vejam minha conversa com a Renata, que além de mãe é psicóloga.