Cuidado com o excesso de estímulo nas mamas! Permita que a amamentação evolua naturalmente.
04/04/2016
Dra. Ana Heloisa Gama
A hiperlactação pode ocorrerem consequência de as mães temerem que seu leite não será suficiente para sustentar e saciar seus bebês.
Vivem se perguntando se cada choro deles não seria por fome.
Demoramos a entender que o nosso corpo é absolutamente capaz de dar conta da fome dos nossos filhos.
Um dos principais temores das mulheres que amamentam é a falta de leite.
Isso cria uma confusão danada nas nossas cabeças, pois passamos a interpretar tudo erroneamente ao ponto de nos sabotarmos.
Uma das consequências dessa preocupação, que pode se tornar uma obsessão, é a Hiperlactação.
O que acontece neste caso é o exagero de estímulo nas mamas, seja através do uso de uma bombinha de tirar leite ou mesmo pela ordenha manual.
Ficar, através destes dois estímulos, mandando mensagens para o cérebro para que ele produza mais e mais leite, interferindo assim no diálogo direto entre o bebê e o corpo da mãe, pode não dar certo e até mesmo desencadear outros problemas, como o empedramento do leite nas mamas.
Para que ter uma produção maior do que a que o bebê demanda?
É preciso entender que a natureza é sabia e criou um sistema que, por si só funciona e que, em princípio, não tem necessidade de interferência.
Mas um aspecto importantíssimo deste comportamento (a preocupação excessiva com a produção de leite) é a ansiedade na qual a mãe pode mergulhar, e a sua impossibilidade de relaxar e curtir aquela fase da vida do seu bebê com tranquilidade e prazer.
Amamentar não é uma corrida para atingir metas. Amamentar é se conectar com o bebê e entrar em sintonia com o seu desenvolvimento.
Nós mães temos a tendência a transformar esta fase em um processo mental, cheio de cálculos e números: o tempo das mamadas, dos intervalos entre elas, as gramas que o bebê engordou, horas de sono…
É preciso que percebamos essa loucura que inventamos em torno de algo que não é racional e que acontece em nosso corpo quando permitimos.
Levei essa questão para a Dra Ana Heloisa Gama para que ela comentasse o que vem observando em sua vivência em consultório.